sábado, 11 de junho de 2011

Potencial de abuso: Álcool x Maconha

O que é droga?
Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que, introduzida no organismo modifica suas funções fisiológicas e/ou comportamentais. As drogas naturais são obtidas através de determinadas plantas, de animais e de alguns minerais. Exemplo é o THC tetrahidrocanabiol (da maconha).
Cada substância age no cérebro de uma maneira e são utilizadas pela humanidade com propósitos distintos, podendo estes serem lícitos ou ilícitos. Assim, surgiram classificações para organizar tais substâncias e seus modos de consumo.
As drogas estão classificadas em três categorias: as estimulantes, os depressores e os perturbadores das atividades mentais.
O termo droga envolve os analgésicos, estimulantes, alucinógenos, tranquilizantes e barbitúricos, além do álcool e substâncias voláteis.

O que são substâncias com potencial de abuso?
São aquelas que podem desencadear no indivíduo a auto-administração repetida que, geralmente, resulta em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo de consumo. Temos as mais freqüentes: álcool, nicotina, cocaína, anfetaminas e êxtase, inalantes, opióides, ansiolíticos benzodiazepínicos e maconha.

O que é uso abusivo?
É um estágio intermediário entre o uso indevido e a dependência. Nesta fase os danos à saúde são pouco percebidos pelos que convivem com o(a) usuário(a). As perdas sociais e afetivas podem ser compensadas com períodos de abstinência e busca de tratamento. Ainda assim os riscos de surgirem problemas graves de saúde e envolvimento com o sistema penal são elevados. Normalmente encontra-se dependência psicológica. A OMS preconiza a classificação uso nocivo, por entender que a expressão uso abusivo tem conotação preconceituosa.

O uso abusivo de álcool e outras drogas na sociedade.

Ao refletirmos sobre o uso de álcool e outras drogas no mundo atual, vários fatores conjugados entram em cena: o indivíduo, a droga, o cenário socioeconômico, a família e etc.
Ao falarmos do uso de drogas, da drogadição, dependência química ou toxicomania, parece ser este um fenômeno exclusivo da moderna sociedade contemporânea, marcada pela urbanização desenfreada e pelo incremento das desigualdades sociais. Talvez a drogadição, sim, seja um fenômeno das sociedades ditas “complexas”, mas não é recente a tendência da humanidade de utilizar substâncias alteradoras do estado de consciência.
A maconha, por exemplo, esta a disposição no mercado internacional há décadas. Desde meados do século XX, seus usuários pertencem à classe média em geral, as minorias e ao mundo dos artistas. Nos turbulentos anos de 1960, fumar maconha se tornou comum entre os jovens considerados “ rebeldes”.
O uso de bebidas alcoólicas é tão antigo quanto a própria Humanidade. Beber moderada e esporadicamente faz parte dos hábitos de diversas sociedades. Determinar o limite entre o beber social, o uso abusivo ou nocivo de álcool e o alcoolismo (síndrome de dependência do álcool) é por vezes difícil, pois esses limites são tênues, variam de pessoa para pessoa e de cultura para cultura. Estima-se que cerca de 10% das mulheres e 20% dos homens façam uso abusivo do álcool; 5% das mulheres e 10% dos homens apresentam a síndrome de dependência do álcool ou alcoolismo. Sabe-se também que o álcool está relacionado a 50% dos casos de morte em acidentes automobilísticos, 50% dos homicídios e 25% dos suicídios. Freqüentemente pessoas portadoras de outras doenças mentais (p. ex., ansiedade, pânico, fobias, depressão) apresentam também problemas relacionados ao uso de álcool.


Relação potencial de abuso: Maconha x Álcool

O álcool é um tipo de droga licita depressora de ação central ou psicolépticos é uma substância capaz de diminuir as atividades cerebrais, possuindo também alguma propriedade analgésica. Efeitos sobre as pessoas: tornam-se sonolentas, lerdas, desatentas e desconcentradas.
A dependência de álcool acomete de 10% a 12% da população. A incidência de alcoolismo é maior entre os homens do que entre as mulheres. No Brasil: o álcool é responsável por cerca de 60% dos acidentes de trânsito e aparece em 70% dos laudos cadavéricos das mortes violentas. De acordo com pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), entre estudantes do 1º e 2º graus de 10 capitais brasileiras, as bebidas alcoólicas são consumidas por mais de 65% dos entrevistados, estando bem à frente do tabaco. Dentre esses, 50% iniciaram o uso entre os 10 e 12 anos de idade.
A maconha é um tipo de droga ilícita, a qual é uma perturbadora do sistema nervoso central, produzindo quadros de alucinação ou ilusão, geralmente de natureza visual. Efeito: o cérebro passa a funcionar fora do seu normal e sua atividade fica perturbada.
A dependência da maconha vem sendo diagnosticada há algum tempo, nos mesmos padrões das outras substâncias. Muitos estudos comprovam que os critérios atuais de dependência aplicam-se muito bem à dependência da maconha bem como de outras drogas. O risco de dependência aumenta conforme a extensão do consumo. Apesar disso, alguns usuários diários não tornam-se dependentes ou desejam parar o consumo. A maioria dos usuários não se torna dependente e uma minoria desenvolve uma síndrome de uso compulsivo semelhante à dependência de outras drogas. A recomendação aos profissionais de saúde: devem informar seus pacientes usuários de maconha sobre os já comprovados efeitos nocivos (risco de acidente, danos respiratórios para usuários crônicos, risco de desenvolver dependência para usuários diários e déficit cognitivo para os usuários crônicos). Casos de dependência estabelecida devem ser encaminhados para atenção profissional especializada. A maconha é considerada pela maioria dos especialistas como uma droga menos tóxica e que provoca menos dependência que o álcool e o tabaco. A toxidade da maconha recebeu nota 0,99, inferior às do álcool (1,40) e do tabaco (1,24) e muito distante de drogas pesadas como heroína (2,78) e cocaína (2,33). Também em relação à dependência, a maconha se mostrou menos prejudicial que outras drogas, recebendo nota 1,51, abaixo das do álcool (1,93) e do tabaco (2,21) e bem menor que das drogas pesadas como heroína (3,00) e cocaína (2,39).
A toxidade aguda (aquela produzida por uma única dose) da maconha é desprezível e não há registros de pessoas que tenham morrido por overdose de maconha ou cuja saúde tenha sofrido algum dano devido ao uso esporádico da erva. A toxidade crônica (aquela proporcionada pela exposição contínua à droga) é significativa, mas inferior aos danos causados pelo tabaco e pelo álcool. É bastante provável que o uso contínuo de maconha aumente as chances de se desenvolver câncer, principalmente porque muitos dos usuários da cannabis não utilizam qualquer tipo de filtro. É sabido também que o uso da maconha prejudica a memória de curto prazo, mas estes efeitos normalmente desaparecem quando se cessa o uso. Não há indícios de que a droga provoque danos cerebrais permanentes, e as pesquisas mais recentes já demonstraram ser falso o popular discurso de que “maconha queima neurônios”.
A dependência causada pela maconha também é inferior às provocadas pelo álcool e pelo cigarro. O usuário pode desenvolver tolerância à maconha e precisar utilizar cada vez maior quantidade da droga para produzir o mesmo efeito psicoativo, mas após uma interrupção do seu uso por alguns dias, a tolerância desaparece.
A ciência tem provado a cada dia que a maconha é uma droga muito menos tóxica e que gera menor dependência que as drogas legalizadas. Então por que criminalizar tanto a cannabis e continuar permitindo a comercialização de bebidas alcoólicas e cigarros de nicotina, que causam muito mais dependência?
Na maioria das vezes isso acontece por ignorância científica – ou pior – por falta de coragem política de quem legisla para desafiar o senso comum e iniciar um debate sério sobre a legalização da cannabis.

REFERÊNCIAS:

http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo/web/artigo_cientifico/ler_artigo_cientifico.php?id_artigo_cientifico=82utilizados:
http://www.unimeds.com.br/layouts/capa/tematico_drogas.asp?site=26&mat=2144
http://www.antidrogas.com.br/oquedrogas.php
Fonte: Como agem as drogas, Gesina L. Longenecker,PH.D. Quark books. Ilustrações de Nelson W.Hee

http://www.saudemental.net/alcoolismo.htm
http://www.prdu.unicamp.br/vivamais/drogas.html
http://www.revistaforum.com.br/conteudo/detalhe_materia.php?codMateria=9235

Postado por:
Ana Paula Ricardo
Najila Ribeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário